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sábado, 17 de dezembro de 2016

VIBRAÇÕES MECÂNICA - RISCO FÍSICO

DEFINIÇÃO
vibrações

Movimento oscilatório de um corpo em torno do seu ponto de equilíbrio, onde número de vezes que este ciclo se repete, por segundo é medido em  frequência em Hertz (Hz). No ambiente de trabalho, as vibrações fazem parte dos agentes físicos conforme NR 09, e podem causar muitos danos à saúde e a segurança  do trabalhador. As atividades que expões o trabalhador a esse risco são a construção civil e obras públicas, indústrias extrativas, exploração florestal, fundições e transportes, onde na maioria das vezes está associada também ao risco de ruído, outro risco físico. 


Quando uma frequência externa de vibração coincide com a frequência natural corpo humano, entra em ressonância, em consequência frequência externar é amplificada, ficando assim mais nociva para o corpo humano.

O Decreto-Lei nº46/2006, de 24 de Fevereiro, estabelece os limites de exposição diária aos dois tipos de vibração anteriormente referidos, para um período de referência de 8 horas:

HISTÓRICO

Maurice Raynaud, médico francês, foi o primeiro a descrever em 1862, os distúrbios vasculares observados em pessoas expostas a vibrações de mãos e braços , publicado em sua tese intitulad Local asphyxia and symmetrical gangrene of the extremities2 .

Desde o trabalho pioneiro iniciado em 1911 por Loriga, pesquisador italiano que descreveu a síndrome da vibração nos trabalhadores que operavam marteletes em pedreiras, correlacionando com o fenômeno de Raynaud, muitos pesquisadores têm estudado o assunto, o que resultou em milhares de artigos científicos a respeito das vibrações transmitidas às mãos e braços.

Em 1918, Alice Hamilton estudou os mineiros utilizando marteletes em pedreiras em Bedford, Indiana e descreveu uma anemia das mãos. Nos anos 60 e 70, a síndrome da vibração foi associada com a gasolina utilizada nas motosserras no trabalho florestal. 

Várias conferências internacionais (Dundee em 1972, Cincinnatti em 1975, Ottawa em 1981, Helsinki em 1985, Kanazawa em 1989, Bonn em 1992, Praga em 1995, Umea em 1998, Nancy em 2001 e Las Vegas em 2004) têm contribuído eficientemente para desenvolver a pesquisa e aplicação do conhecimento. 


FORMAS DE TRANSMISSÃO E CONSEQUÊNCIAS

Existem, fundamentalmente, dois tipos de vibrações:


  • Vibrações no sistema sistema mão-braço: durante o manuseamento de materiais em vibração, ou de ferramentas e máquinas (ex.: martelos pneumáticos ou serras elétricas).
  • Vibrações no corpo inteiro, quando a superfície de suporte corporal está em vibração (ex.: escavadoras ou empilhadoras). Não causam danos ao nível dos órgãos perceptores, mas provocam desconforto e mau estar nos indivíduos durante a sua rotina.
  • Métodos de trabalho alternativos que reduzam a exposição a vibrações mecânicas;
  • Escolha de equipamento de trabalho adequado, bem concebido do ponto de vista ergonômico e que, tendo em conta o trabalho a efetuar, produza o mínimo de vibrações possível;
  • Instalação de equipamento auxiliar destinado a reduzir o risco de lesões provocadas pelas vibrações, por exemplo assentos que amorteçam eficazmente as vibrações transmitidas a todo o organismo e punhos que reduzam as vibrações transmitidas ao sistema mão-braço;
  • Programas adequados de manutenção do equipamento, do local e das instalações existentes no local de trabalho;
  • Conceção e disposição dos locais e postos de trabalho;
  • Informação e formação dos trabalhadores para que utilizem corretamente e em segurança o equipamento de trabalho, por forma a reduzir ao mínimo a sua exposição a vibrações mecânicas;
  • Limitação da duração e da intensidade da exposição;
  • Horário de trabalho apropriado, com períodos de repouso adequados;

OBRIGAÇÕES DA ENTIDADE PATRONAL

a) Avaliação dos riscos: nas atividades suscetíveis de apresentar riscos de exposição a vibrações mecânicas, o empregador deve avaliar e, se necessário, medir os níveis de vibrações a que os trabalhadores se encontram expostos. A avaliação dos riscos deve ser atualizada sempre que haja alterações significativas que possam desatualizá-la, nomeadamente a criação ou modificação de postos de trabalho, ou se o resultado da vigilância da saúde demonstrar a necessidade de nova avaliação. No entanto, sempre que seja excedido um valor limite de exposição, a periodicidade mínima da avaliação dos riscos é de dois anos.

b) Medição do nível de vibrações: A medição do nível de vibrações mecânicas deve ser realizada por entidade acreditada, considerando-se como tal a entidade reconhecida pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC), com conhecimentos teóricos e práticos, bem como experiência suficiente para realizar ensaios, incluindo a medição dos níveis de exposição a vibrações.

c) Vigilância da saúde: O empregador deve assegurar a vigilância adequada da saúde dos trabalhadores em relação aos quais o resultado da avaliação revele a existência de riscos, com vista à prevenção e ao diagnóstico precoce de qualquer afeção relacionada com a exposição a vibrações mecânicas.

DANOS À SAÚDE

Existem vários efeitos catalogados, sendo que os principais e mais danosos são:

  • Perda do equilíbrio, simulando uma labirintite, além de lentidão de reflexos;
  • Manifestação de alteração no sistema cardíaco, com aumento da freqüência de batimento do coração;
  • Efeitos psicológicos, tal como a falta de concentração para o trabalho;
  • Apresentação de distúrbios visuais, como visão turva;
  • Efeitos no sistema gastrointestinal, com sintomas desde enjôo até gastrites e ulcerações;
  • Manifestação do mal do movimento (cinetose), que ocorre no mar, em aeronaves ou veículos terrestres, com sintomas de náuseas, vômitos e mal estar geral;
  • Comprometimento, inclusive permanente, de determinados órgãos do corpo;
  • Degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso, especialmente para os submetidos a vibrações localizadas, apresentando a patologia, popularmente conhecida como dedo branco, causando perda da capacidade manipulativa e o tato nas mãos e dedos, dificultando o controle motor. 

Com base na avaliação dos riscos e sempre que sejam excedidos os valores de exposição, a entidade patronal deve estabelecer e implementar um programa de medidas técnicas e/ou organizacionais destinadas a reduzir ao mínimo a exposição a vibrações mecânicas e os riscos que dela resultam.


  • O diagnóstico precoce é fundamental para tratar das medidas corretivas necessárias. Para isso, deve entrar em cena o Médico do Trabalho o PCMSO e os exames necessários.
  • Treinamento do trabalhador
  • Uso de equipamentos de proteção ndividual
  • Analise se a ferramenta é vibratória por natureza ou se um equipamento novo pode resolver o problema através de manutenções periódicas
  • Seguir orientações do fabricante na utilização do equipamento.
  • Escolha do equipamento verificando o nível de vibração.
  • Ginástica laboral
  • Fazer pausas ao usar equipamentos vibratórios intercalando com outras atividades.



Fonte: http://www.higieneocupacional.com.br/download/vibracoes_vendrame.pdf



sábado, 17 de setembro de 2016

PRINCIPAIS DOENÇAS OCUPAIONAIS


Doenças ocupacionais são enfermidades relacionadas diretamente ao desempenho da atividade profissional do indivíduo que, por conta delas, tem, do ponto de vista legal, os mesmos direitos que uma pessoa que passou por um acidente de trabalho.
Especialistas alertam que a grande maioria delas aparece de forma silenciosa e, muitas vezes, fazem que o trabalhador não tenha condições de voltar à ativa. Deve-se ficar atento a possíveis sintomas para procurar ajuda médica e garantir um diagnóstico certeiro e o mais precocemente possível. Conheça as mais recorrentes doenças ocupacionais e suas causas.

LER/DORT

(Lesão por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteo musculares
SW AMBIENTAL
Relacionados ao Trabalho): seu diagnóstico demanda atenção e cuidado especiais do trabalhador, já que costuma ser confundida com uma simples torção ou mau posicionamento. É causada por movimentos repetitivos ou por má posturas ao executar sua tarefas diárias, as quais podemos citar:
  • Posto de trabalho inadequado e ambiente de trabalho desconfortável
  • Atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos,
  • Posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações,
  • Repetição de um mesmo padrão de movimento
  • Tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos.
  • Jornada dupla ocasionada pelos serviços domésticos.
  • Atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores.
  • Compressão mecânica das estruturas dos membros superiores.
  • Ritmo intenso de trabalho
  • Pressão do chefe sobre o empregado
  • Metas de produção crescente e preestabelecidas
  • Jornada de trabalho prolongada
  • Falta de possibilidade de realizar tarefas diferentes
  • Falta de orientação de profissional de segurança e ou medicina do trabalho
  • Mobiliário mal projetado e ergonomicamente errado.
  • Postura fixa por tempo prolongado
  • Desconhecimento do trabalhador e ou empregador sobre o assunto

MEDIDAS PREVENTIVAS:

  • Rodízio de funções;
  • Cumprimento das normas em relação a gorada de trabalho;
  • Ginástica laboral;
  • Reeducação na postura laboral;
  • Treinamentos;
  • Mobiliário, ferramentas e bancadas adaptadas ao trabalhador.


ANTRACOSE 

A lesão pulmonar pode gerar outros problemas mais graves, por isso demanda cuidados médicos imediatos e especiais. É comum em trabalhadores que têm contato direto com a fumaça do carvão, por inalarem diferentes agentes prejudiciais à saúde.

BISSINOSE

Também é uma doença pulmonar, que atinge trabalhadores da indústria algodoeira, por ser causada pela poeira das fibras de algodão, do linho ou do cânhamo.
Asma Ocupacional: Ocorre por inalação de partículas, comuns em trabalhadores da construção civil ou que lidam com couro, algodão, madeira ou sílica. Começa com tosse crônica, falta de ar e chiado no peito e pode ter desdobramentos fatais, como paradas respiratórias e câncer de pulmão.

SILICOSE

Doença ocupacional irreversível causada pelo acúmulo de poeira de sílica nos pulmões, revestindo-os de forma a impedir cada vez mais a respiração e aumentando progressivamente com o tempo – mesmo que o trabalhador seja afastado. Pode levar à morte por insuficiência respiratória.

DERMATOSE OCUPACIONAL

Trata-se de reações alérgicas cutâneas crônicas, recorrentes em trabalhadores que manuseiam graxa ou óleo mecânico.

CÂNCER DE PELE

Um dos tipos mais comuns da enfermidade, pode ser considerado uma doença ocupacional quando estiver relacionado à exposição excessiva ao sol por conta da atividade profissional exercida pelo trabalhador.

SURDEZ TEMPORÁRIA OU PERMANENTE

A perda da sensibilidade auditiva por conta de exposição a ruídos constantes não só
SW AMBIENTAL
caracteriza uma doença ocupacional como também pode tornar-se irreversível, de forma lenta e silenciosa. Pode acontecer com operários do setor de construção, por conta da utilização de equipamentos ruidosos, e também com operadores de telemarketing.

SIDEROSE

Comum em trabalhadores de minas de ferro, que acabam desenvolvendo uma falta de ar constante por conta da inalação de partículas microscópicas de ferro, que se alojam nos bronquíolos.

CATARATA

Doença comum no Brasil, pode ser considerada ocupacional se a perda do cristalino (lente natural do olho) tiver relação direta com a exposição constante a altas temperaturas por conta do ambiente de trabalho. A catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo.

DESGASTE DA VISÃO

Afeta trabalhadores noturnos, como vigias, médicos, enfermeiros ou operadores de serviços 24 horas. O trabalho noturno desregula a produção de hormônios, que aconteceria durante o sono, afetando outras funções corporais, como a visão, por exemplo. Se essa situação ocorre de forma prolongada, o desgaste pode levar à perda parcial ou total da visão.


DOENÇAS PSICOSSOCIAIS

Alguns problemas de ordem emocional, como a depressão, por exemplo, podem estar
SW AMBIENTAL
relacionados a dificuldades encontradas no ambiente de trabalho, como pressão, carga horária excessiva ou até mesmo desentendimento com colegas ou chefes. Neste caso, configuram-se doenças ocupacionais.

LOMBALGIA OCUPACIONAL

Lombalgia é conhecida popularmente como "dor nas costas". Podemos defini-la como dor
SW AMBIENTAL
na região posterior do tronco inferior, do final das costelas até a prega glútea. A dor sentida na região do dorso, mas localizada entre a região abaixo dos ombros até o final das costelas, é chamada de dorsalgia. A dor no pescoço é denominada cervicalgia.
A dor lombar se originar de várias causas isoladas ou em conjunto. Pode ser de causas mecânicas (sobrecargas, traumas, etc.), degenerativas (secundária principalmente à osteoartrite) ou não mecânicas (inflamatória, infecciosa,metabólica ou de origem tumoral – neoplásica, entre outras). Há ainda as causas não orgânicas, as ditas psicogênicas, secundárias a transtornos psicológicos ou psiquiátricos. É de grande importância que a causa da dor lombar seja diagnosticada corretamente.

Chamamos de lombalgia ocupacional quando o trabalhador começa a sentir dores lombares decorrentes de suas atividades laborais.